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Após 22 dias de greve nacional, bancários do Banco do Brasil arrancaram nesta sexta-feira (11) uma proposta específica que se soma à conquista do aumento real de salário proposto na renovação da Convenção Coletiva de Trabalho.

REAJUSTE COM AUMENTO REAL - O piso e demais verbas salariais serão reajustados em 8% (aumento real de 1,84%). Com essa proposta, o aumento real no piso do BB acumula 38,5% desde o início da campanha nacional unificada. O novo piso do BB será de R$ 2.104,66 após 90 dias (A2). CONTRATAÇÕES - O banco apresentou propostas que estão entre as reivindicações do funcionalismo. Serão contratados 3 mil bancários até agosto de 2014. PSO/CAIXAS - Os caixas executivos passarão a pontuar como os demais comissionados na primeira faixa de funções: 1 ponto por dia. A contagem será feita de forma retroativa considerando 2006 adiante e com isso os bancários que exerceram a função de caixa desde essa data já terão ou estarão próximos de completar 1095 pontos e adquirir mais uma letra de mérito (R$ 113). Além disso, serão efetivados no caixa mais de 1.200 bancários que já vêm exercendo a função a mais de 90 dias. TRAVA PARA REMOÇÃO - os escriturários terão que esperar um tempo menor para poder concorrer à remoção para outras unidades de trabalho. A trava diminuiu de 24 para 18 meses. INCORPORADOS - haverá uma mesa temática após 30 dias da assinatura do acordo sobre o tema Cassi e Previ para que o BB apresente os dados e estudos referentes aos incorporados, os planos de saúde e previdência desse segmento e demais fatores inerentes. QUESTÕES DE COMBATE AO ASSÉDIO MORAL TORPEDOS - o banco propôs criar uma cláusula que limita o uso de mensagens de texto (SMS) cobrando metas de seus funcionários fora da jornada de trabalho. "FICHA SUJA" - o banco também terá como pré-requisito para um funcionário ser gestor, não haver registro dele de denúncia procedente nos últimos 12 meses na ouvidoria ou no protocolo de prevenção de conflitos assinado entre a Fenaban e as entidades sindicais. PLR O banco pagará participação nos lucros e resultados para 117,8 mil bancários e os valores serão maiores que o semestre anterior devido ao excelente trabalho do funcionalismo. FALTAS DOS DIAS DE LUTA E DA GREVE Os banqueiros tentaram impor uma derrota aos bancários e exigir compensação de cada hora de luta durante seis meses. A força da mobilização e as lideranças sindicais não permitiram isso. A nova redação da Convenção Coletiva de Trabalho permitira a compensação de até 1 hora por dia e até 15 de dezembro. Após isso, as horas restantes serão anistiadas. RECLASSIFICAÇÃO DAS FALTAS DE LUTA CONTRA O PLANO DE FUNÇÕES Também serão reclassificadas e serão devolvidos os descontos dos dias de greve dos bancários que participaram da luta contra as mudanças unilaterais do plano de função. PRORROGAÇÃO DO DIREITO A FAZER HORAS EXTRAS AOS QUE ADERIRAM ÀS FUNÇÕES DE 6 HORAS O banco informou que os bancários que aderiram ao plano com jornada de 6 horas e redução de salário poderão continuar fazendo até 20 horas extras por mês por mais 6 meses após janeiro de 2014. PROPOSTAS 2013 - FINAL Já apresentadasVale cultura: no valor de R$ 50,00 por mês para os funcionários que ganhem até 5 salários mínimos, a partir de janeiro/2014. - Abono das horas de ausências, durante a jornada de trabalho, para os funcionários com deficiência, para aquisição, manutenção ou reparo de ajudas técnicas (cadeiras de rodas, muletas, etc), com limite de uma jornada de trabalho por ano; - Elevação da licença adoção para homens solteiros (família monoparental) ou com união estável homoafetiva, de 30 para 180 dias; - Aumento do valor da bolsa dos estagiários, de R$ 332,00 para R$ 570,00; - Auxílio educacional para dependentes de funcionário falecido ou que tenha ficado inválido em decorrência de assalto intentado contra o Banco - no limite de R$ 868,00 por mês até 24 anos incompletos, na forma das instruções internas (sem cláusula). - Vacina contra a gripe para todos os funcionários (sem cláusula) Demais PropostasRedução da trava para remoção de escriturários, de 24 meses para 18 meses; - Movimentação transitória para as ausências da gerência média nos casos de licença de saúde, a partir do 1º dia e até 90 dias, nas agências de qualquer nível com até 7 (sete) funcionários; - Cláusula com compromisso do Banco em preencher o número de vagas de caixa executivo existentes na data de assinatura do ACT, priorizando os funcionários que já estejam substituindo há mais de 90 dias e desde que haja interesse pelo funcionário; - Elevação da pontuação do mérito para os caixas, de 0,5 ponto para 1 ponto por dia de exercício, retroativo a 2006, com pagamento a partir de 1.9.2013; - Cláusula com compromisso do Banco em normatizar internamente a proibição do envio, pelos gestores, de mensagens de texto (SMS) que tratem de cobrança de metas em fins de semana, além da limitação do horário de envio durante a semana; - Compromisso do Banco em normatizar internamente o treinamento dos gestores que não obtiverem desempenho suficiente no RADAR (sem clausular); - Mediação de Conflitos: Compromisso do Banco de agregar a metodologia de ouvidoria existente à metodologia de mediação de conflitos, treinando todos os gerentes de Gepes, analistas que atuam na Ouvidoria e Administradores (sem clausular); - Compromisso de considerar somente os 20 primeiros do TAO para os processos seletivos e nomeações nas Unidades do Banco (sem clausular); - Seleção para gestores, na rede de agências, pelo Programa de Ascensão Profissional, com pré-requisito de não ter demanda de Ouvidoria procedente nos últimos 12 meses, consideradas também as denúncias encaminhadas via "protocolo de prevenção de conflitos"; (sem clausular) - Mesa Temática sobre Cassi e Previ com início previsto para 30 dias após a data de assinatura do ACT; - 3.000 contratações de funcionários até 31.08.2014; - O banco se compromete a efetuar ajustes nos percentuais do Adicional de Função de Confiança - AFC e do Adicional de Função Gratificada - AFG em relação aos Valores de Referencia - VR das Respectivas Funções, a partir de 01.09.2016, conforme os termos desta Cláusula. Parágrafo Primeiro - Em 01.09.2016, o percentual do Adicional de Função de Confiança - AFC em relação ao Valor de Referencia - VR da respectiva Função de Confiança - FC, passará a ser 43,75%. Parágrafo Segundo - A partir do mês de setembro de 2016 e a cada 3 (três) anos, o percentual do Adicional de Função Gratificada - AFG em relação ao Valor de Referencia - VR da respectiva Função Gratificada - FG, passará a ser: I- Em 01.09.2016 - 18,75% II - Em 01.09.2019 - 25,00% III- Em 01.09.2022 - 31,25%; e IV- Em 01.09.2025 - 37,50%. (sem clausular) - Renovação do Acordo Coletivo (acordo marco) sobre CCV por 2 anos, sem cláusula de suspensão de ações judiciais por 180 dias. - Prorrogação por mais seis meses da possibilidade de realização de horas extras para os funcionários que aderiram a funções gratificadas, na forma prevista no plano de funções; - Reclassificação das faltas de greve realizadas no primeiro semestre de 2013, por conta do plano de função; - Realização de mesa temática sobre CABB. - Participação nos Lucros e Resultados: o modelo de distribuição da PLR terá a mesma estrutura do exercício anterior. O aumento no montante do programa será distribuído para todas as faixas salariais (47% a mais): Escriturários recebem R$ 5.837,15 e caixas executivos R$ 6.236,38 Parcela variável do Módulo BB (vinculado ao resultado): a tabela de salários paradigma será aumentada na mesma proporção de 47% a mais. Veja alguns grupos: Comissionados FG e FC (plenos) 2,07 salários paradigma, gerência média 2,15 salários paradigma, primeiros gestores 2,57 salários paradigma. (Todas as demais funções na tabela da parcela variável no BB também foram reajustadas pela mesma proporção, informou o banco).

O Sindicato recebeu diversas denúncias de funcionários do Banco do Brasil sobre o valor menor do vale refeição creditado neste mês. Segundo as denúncias, o valor teve uma diferença de R$ 80,00 (oitenta reais). “Como se não bastasse os bancos não apresentarem uma proposta digna para os bancários, o BB ainda vem com essa? Isso é uma provocação do banco e inadmissível. Uma chantagem absurda, pois o direito a alimentos é intocável”, disse Otoni Lima, diretor do Sindicato e funcionário do BB. “Um pai que não paga pensão alimentícia, vai pra cadeia. E a direção do banco com essa atitude, o que merece?”, completa Otoni.

A Federação dos Bancários (FETEC-SP/CUT) cobrou do banco um posicionamento, no entanto, até agora não houve nenhuma manifestação por parte do BB. “O Sindicato dos Bancários do ABC conversou com a FETEC sobre a situação e a nossa expectativa é de que esse assunto seja pauta de negociação do aditivo do BB”,explica Marilda Marin, diretora do Sindicato e funcionária do banco. “A nossa resposta deve ser o fortalecimento da greve”, completa.

O valor do vale já não é suficiente para que os bancários façam uma boa refeição, pois o preço dos alimentos subiu e almoçar fora está cada vez mais caro para os trabalhadores. A categoria reivindica vale-refeição, e também alimentação, no valor mensal de R$ 678 cada, além da 13ª cesta-alimentação. Uma pesquisa da Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) justifica a reivindicação dos bancários. De acordo com o levantamento, o aumento do preço de uma refeição fora de casa foi ainda maior do que a mostrada pelo IPCA, passando de R$ 22,37, em 2012, para R$ 27,40, alta de 22%.

Bancários realizaram, na manhã de sexta-feira, 13/9, paralisação na DISAP, Diretoria de Distribuição São Paulo, área responsável pelo gerenciamento das agências em todo o estado, contra a ameaça da terceirização fraudulenta, sofrimento e a tortura causados pelo assédio moral e a cobrança por metas abusivas, em frente, localizada na Avenida Paulista. Otoni Lima, funcionário do Banco do Brasil e diretor do Sindicato dos Bancários do ABC, participou da iniciativa juntamente com diversos sindicatos do estado de São Paulo.

“O Banco do Brasil tem se mostrado intransigente nas negociações ocorridas até agora. A paralisação que os bancários de todo o Estado de São Paulo realizaram neste dia serviu de alerta para que o Banco respeite o diálogo com os funcionários que provaram que espírito de luta para a greve a partir do dia 19”, destacou o diretor.

Na segunda rodada de negociações específicas ocorrida na sexta-feira (23) entre o Banco do Brasil e o Comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, em São Paulo, foram destacadas várias propostas dos funcionários para soluções dos problemas de saúde, previdência, segurança, igualdade e condições de trabalho. Na abertura, a Contraf-CUT reforçou a proposição de solução negociada e com prazo definido para o acesso de todos os funcionários a Cassi e Previ. Após a primeira mesa (14), houve sentença da Justiça sobre o tema. O banco sinalizou que também há disposição de debater a questão, independente da decisão de recorrer do julgamento. "Nós apresentamos propostas possíveis de serem atendidas pela empresa. A vida de nosso bancário está muito sofrida e o que queremos é contratar limites para os abusos do banco e de seus administradores, avançar nos direitos para aqueles que efetivamente produzem o resultado e atendem a população. Agora é hora do banco atender às nossas reivindicações. Na próxima semana, apresentaremos as questões econômicas e sobre o plano de funções e carreira", destaca William Mendes, secretário de formação da Contraf-CUT e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB. A terceira rodada foi marcada para a próxima quinta-feira (29), em Brasília. Questões de proteção à saúde e assistência médica Cassi e Previ para todos Foi reforçada a necessidade do estabelecimento de um prazo para se buscar uma solução negociada para a inclusão de todos os funcionários dos bancos incorporados na Cassi e na Previ, independente de embates judiciais. Afastamentos por motivo de saúde Foram apresentadas propostas para que nenhum bancário perca sua função comissionada nem o vínculo com a sua unidade de trabalho durante os afastamentos por questões de saúde. Foi reivindicado que o bancário continue no prefixo de sua unidade e não no QS-Quadro Suplementar, após os 90 dias de afastamento. Uma alternativa para o banco e os administradores das dependências seria o pagamento remunerado da substituição daquela função. Plano Odontológico Foram reivindicadas melhorias e inclusão dos aposentados. PCMSO Foi cobrado o cumprimento da legislação em relação à existência de ambulatórios em todos os complexos do banco. Também foi reivindicado melhorias nos exames médicos periódicos. Cobrança de metas Alguns itens das reivindicações apresentam propostas para coibir a violência cotidiana na cobrança de metas e o fim das metas individuais; a proibição do envio de sms e e-mails, inclusive fora da jornada; a retirada das metas da nova GDP; e o fim das metas diárias estabelecidas e impostas pelos superintendentes e regionais. Conselho de usuários Foi reivindicada a criação de código específico para a liberação dos conselheiros da ativa para a participação nas reuniões nos conselhos de usuários. É uma demanda que deveria ser de interesse do próprio banco, haja vista a importante contribuição que os conselhos exercem localmente para o banco e a Cassi. Abono de ausência parcial na jornada de trabalho Foi reivindicada a regulamentação para os casos em que os bancários precisem se ausentar em algum momento na jornada por questão de saúde. Muitas vezes os bancários não querem faltar, mas encontram dificuldades com os seus gestores. PSO/Caixas Executivos Foi reafirmada a posição do funcionalismo, deliberada no 24º Congresso Nacional dos Funcionários do BB, solicitando o fim do projeto PSO e que os caixas e gerentes de serviço pertençam às agências porque após mais de um ano de extensão das plataformas para todo o país aumentou exponencialmente os problemas, tanto de atendimento nas agências, quanto para os administradores e funcionários. Algumas prioridades destacadas pelas entidades sindicais:  - aumento das dotações de caixas tanto das agências quanto das PSO, pois desde a implantação existe uma grande diferença entre a dotação atual e a necessidade real. - efetivação de milhares de caixas que estão substituindo há muito tempo continuamente. - instituir a substituição remunerada nas funções de gerentes de serviço. - criar a função de supervisor de caixas e acabar com a indicação de "caixa líder", pois os caixas têm feito várias funções fora de sua alçada, sem receber para isso. - pagamento da gratificação de caixa para todos os que executarem serviços de caixa, inclusive os gerentes de serviço. - foram apresentadas propostas para a eleição de delegados sindicais nas PSO, pois após a implantação, em 2012, o banco praticamente inviabilizou a eleição de várias lideranças locais que atuavam nos caixas. Contratações Foi apontada como uma das questões mais importantes, pois a falta de pessoal é uma das principais responsáveis pelas más condições de trabalho. Foi reivindicada a contratação de cinco mil funcionários, pois, apesar do aumento substancial dos serviços, o banco vem reduzindo o número e inclusive não está repondo aposentadorias. Praticamente não houve contratação em 2013, apesar dos aprovados em concurso estarem aguardando para serem chamados. Carreira Em relação ao tema ascensão profissional e comissionamento, uma das prioridades é o estabelecimento de processo de seleção interna com regras claras, objetivas e transparentes. Outra questão que deve avançar é a inclusão dos primeiros gestores na cláusula de proteção contra descomissionamento, que estabelece no mínimo três avaliações de desempenho insatisfatórias para perder a função, como já foi conquistado pelos demais comissionados. Há um grande abuso por parte do banco na exigência do cumprimento de metas, que vai desde o primeiro gestor até os demais funcionários, muitas pessoas estão sendo ameaçadas e estão perdendo suas funções, por não cumprirem alguma meta estabelecida para o dia. Por fim, é necessário estabelecer de forma mais clara e objetiva o conceito do que seria desempenho satisfatório/insatisfatório. Previdência  Foram destacadas algumas prioridades em relação a avanços nos direitos de previdência complementar na Previ: fim do voto de minerva, retorno da consulta ao corpo social em caso de mudanças no estatuto, resgate da parte patronal no Previ Futuro e estabelecimento de um teto de benefício na Previ, dentre outros. Também foi reivindicada a criação de um benefício de complemento de previdência baseado na distribuição das PLR, haja vista que a PLR passou a ser parte importante da remuneração dos bancários e pesa de forma importante na decisão da aposentadoria. O mesmo foi reivindicado em relação ao VA e VR. Fonte: Contraf-CUT

Os funcionários oriundos das instituições financeiras incorporadas pelo Banco do Brasil - Nossa Caixa. Banco do Estado do Piauí (BEP) e do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc) - terão direito a ingressar na Cassi (Caixa de Assistência) e na Previ (Caixa de Previdência). A decisão de primeira instância é do Juiz do Trabalho Substituto Carlos Augusto de Lima Nobre, que presidiu audiência da 3ª Vara do Trabalho de Brasília na sexta 16, da qual participaram representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), do Banco do Brasil, da Cassi e da Previ. Além de determinar que as entidades e o banco deem aos trabalhadores a opção de ingressar nos planos de assistência e de previdência complementar, o juiz estabelece multa solidária de R$ 10 milhões - que serão destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador - por danos morais a ser paga pelo BB, pela Cassi e pela Previ. Ainda cabe recurso. São cinco anos da incorporação desses bancos e a falta de compromisso da direção do BB em negociar questões essenciais é que resultou nessa multa milionária. São R$ 10 milhões que, por conta dessa irresponsabilidade, sairão do banco público e das entidades de assistência à saúde e de previdência do funcionalismo. O banco pode recorrer e até ganhar em segunda instância, mas o fato é que uma condenação por discriminação afeta a imagem da instituição pública e também da Previ e da Cassi. MPT Apesar das tentativas dos representantes dos trabalhadores para resolver o problema em processo negocial, a ação judicial foi iniciada pelo MPT em março de 2012, após o órgão receber diversas reclamações pela discriminação imposta pela direção do banco público aos funcionários de empresas incorporadas. Desde as primeiras negociações para a aquisição dessas empresas o movimento sindical se preocupou em que houvesse transição pautada pelo respeito aos direitos dos trabalhadores. Conseguiu-se negociar vários pontos importantes, mas os fundamentais, a Cassi e a Previ, não avançaram por conta da falta de empenho do banco. Uma categoria que, por meio do diálogo, conquistou uma Convenção Coletiva Nacional tem condições de debater e superar divergências até chegar a um acordo. Isso também se aplicaria à Cassi e à Previ, mas o banco simplesmente não quer negociar. Desrespeito Adiscriminação aos trabalhadores de empresas incorporadas é mais um exemplo do descompromisso da atual direção do BB com o funcionalismo. O banco chegou a assinar um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o MPT para resolver os casos de assédio moral na empresa, criando um Comitê de Ética. A medida não deu resultado, devido ao banco não levar os casos de denúncia a sério e depois teve de aderir ao instrumento de combate ao assédio moral da convenção coletiva. É criticada a forma como o banco se posiciona em relação a acordos firmados com os trabalhadores como a de haver três avaliações consecutivas antes de ocorrer perda de função. A direção do BB sempre busca subterfúgios para desrespeitar os compromissos que assume com o funcionalismo. A única forma de mudar essa lógica é os trabalhadores se envolverem mais nas manifestações organizadas pelo Sindicato na campanha nacional e durante todo o ano. Vamos mostrar que exigimos respeito nas negociações e reivindicamos que o que for acordado seja colocado em prática pela empresa. Fonte: Seeb São Paulo

O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, abriu nesta quarta-feira 14 a mesa de negociação das reivindicações específicas com o BB, em Brasília, expressando o forte desejo dos trabalhadores de que as discussões sejam eficazes e que a empresa apresente propostas concretas para cada tema. O Comando propôs que o primeiro eixo a ser debatido fosse sobre saúde, previdência e condições de trabalho, uma vez que grande parte das reivindicações entregues ao banco está relacionada ao assédio moral e violência organizacional e à cobrança de metas abusivas, que têm trazido sérias ameaças à saúde física e mental dos bancários, e também à carreira profissional. As condições de trabalho e o nível de adoecimento e afastamentos ou uso de remédios tarja preta nunca foram tão grandes na história do banco. Lucro recorde permite atender reivindicações A primeira rodada de negociação das reivindicações específicas ocorreu um dia depois de o BB anunciar o lucro líquido semestral de R$ 10 bilhões, o maior da história do sistema financeiro nacional. O cenário em que ocorrem as negociações de renovação dos direitos coletivos é extremamente positivo para que o banco apresente propostas e resolva os problemas do funcionalismo. O BB paga toda a sua despesa de pessoal somente com as receitas de tarifas e serviços e ainda sobra. A relação entre receitas com prestação de serviços e as despesas de pessoal foi de 126% no primeiro semestre. Fim da discriminação é possível com Cassi e Previ pra todos O resultado mostra o quanto é injustificado o BB discriminar ainda cerca de 15 mil funcionários em relação ao direito de usufruir a assistência médica da Cassi, bem como de terem os mesmos direitos que os mais de 100 mil funcionários beneficiários da previdência complementar da Previ. A Contraf-CUT demonstrou na revista O Espelho nº 269 (março/13) que um dos motivos para a direção do banco não incorporar os bancários egressos de outros bancos aos direitos da Cassi e Previ é economizar às custas de tratamento diferenciado aos funcionários. Enquanto um bancário contratado diretamente pelo BB custaria 175 mil pela Cassi - cálculo feito com salário de R$ 5 mil, com 30 anos de banco e 30 anos de expectativa de vida após aposentadoria -, um bancário oriundo da Nossa Caixa paulista custaria R$ 87 mil e um do Besc R$ 58 mil pelas regras dos planos das instituições incorporadas. Essa é uma das questões. É inadmissível dois funcionários da mesma empresa, fazendo a mesma coisa, sob o mesmo regulamento e um deles não tendo direito ao plano de saúde Cassi durante a vida laboral e após a aposentadoria. Plano de funções tem que ser revisto e gratificações aumentadas O lucro do BB também demonstra o absurdo que foi a implantação unilateral do plano de funções em janeiro deste ano, que reduziu os salários e as gratificações de funções. O objetivo da direção do banco foi reduzir custos de pessoal à base de retirar direitos conquistados em campanhas salariais dos bancários. Enquanto isso, a direção do banco aumentou o passivo trabalhista em 14% nos últimos 12 meses, indo a três bilhões de reais. BB precisa focar mais programas sociais como o Pronaf A carteira de crédito do banco chegou a R$ 638 bilhões, sendo que a fatia do agronegócio chegou a R$ 126 bilhões e o Pronaf somente a R$ 26 bilhões. Enquanto o governo federal se ocupa com a questão do controle da inflação, o principal banco público do país reserva 4,11% de sua carteira de crédito para o principal programa de agricultura familiar do Brasil, que fornece o alimento de grande parte da população brasileira. Funcionalismo exige mais contratações O BB reduziu em 276 o número de funcionários no último ano e aumentou em quase três milhões a base de clientes. Enquanto isso, há um clamor de ponta a ponta no país, inclusive dos administradores, por contratação e revisão na dotação das unidades. Nem é preciso dizer da imoralidade de lesar milhares de cidadãos aprovados nos concursos do BB, que não são chamados e muitos vêem o prazo de validade do certame se esgotar. O banco prefere o inverso: dos poucos bancários que existem nas agências, a empresa permite que seus gestores retirem a maioria do atendimento ao público para escondê-los em falsas centrais de crédito, para cumprir metas de vendas de produtos. Perdem os clientes, perdem os bancários, perde o Brasil. Para ele, esses são alguns dados que demonstram a diferença de foco e de oposição entre as metas do acionista majoritário, o governo federal, e as metas da direção do BB. É a questão da gestão do lucro e não da gestão da empresa pública com o foco na responsabilidade e no papel social da instituição. Descumprimento de acordos e convenções Na primeira mesa de negociação com a Fenaban, a entidade dos banqueiros foi enfática ao dizer que é inadmissível os bancos descumprirem a Convenção Coletiva. Mas os gestores do BB publicaram ranking expondo nomes de bancários durante os 12 meses de vigência do contrato de trabalho. O BB ainda desrespeitou no primeiro semestre de 2013 a cláusula de folgas do acordo coletivo, pois não cumpriu o direito contratado na cláusula 39ª de os bancários manterem saldo de folgas e não fazerem mais trabalho extraordinário enquanto isso. O que nós pedimos para essas mesas de negociação e após a contratação dos direitos da categoria é que o banco, empresa pública de tão grande porte e com diversas áreas e diretorias, respeite os seus funcionários. O que o BB fez com relação ao saldo de folgas no primeiro semestre foi uma violência contra seus trabalhadores, que sempre atendem aos chamados do banco para trabalhos extraordinários. BB diz ter boa expectativa com negociações Nesta primeira rodada, o banco comentou o bom resultado do semestre também. Afirmou que ele é fruto de sua força de trabalho e das estratégias corretas adotadas pela empresa e governo. A empresa espera que as mesas de negociação tragam avanços sobre os temas debatidos. Em relação à questão de incorporação dos funcionários egressos de outros bancos, acha que as partes têm que aprofundar estudos sobre os números dos fundos e reservas das entidades incorporadas de saúde e previdência. Sobre a cobrança enfática das entidades sindicais sobre as metas abusivas e as formas de cobrança delas, o banco afirmou não concordar também com cobranças indevidas ou violentas. Disse que isso não é orientação da empresa. Mas sinalizou que a mesa pode aprofundar a questão. Cláusulas de saúde e fim dos descomissionamentos O tema saúde será retomado na próxima mesa de negociação, na próxima semana. A cláusula 11 da minuta trata de diversos direitos sobre saúde ocupacional e a cláusula 32 refere-se à conquista contra os descomissionamentos imotivados. Todo ano o banco faz ameaças de retirar a cláusula, mas o que nós queremos são avanços e não retrocessos. Em relação à saúde ocupacional, deixamos claro que problemas de saúde e seus efeitos são responsabilidade do banco e não da Cassi. Demais questões As entidades sindicais voltaram a cobrar a reclassificação das faltas de luta contra o plano de funções e o PL 4330, porque o banco está classificando como faltas não abonadas e não justificadas. Também foi cobrado do BB que dê posse efetiva ao conselheiro representante dos trabalhadores no Conselho de Administração do banco porque o processo foi finalizado no semestre passado e o funcionalismo cobra pela agilidade no processo. Fonte: Contraf-CUT

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