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Números revelam um crescimento de 6,7% em relação ao mesmo período de 2015. Mesmo com lucros altos, banco fecha 2.495 postos de trabalho

Na divulgação de seu balanço, o banco Santander anunciou um lucro líquido de R$ 5,350 bilhões no terceiro trimestre de 2016 - uma alta de 6,7% em relação ao mesmo período de 2015.

No trimestre o lucro líquido gerencial foi de R$ 1,8 bilhão, alta de 6,5% em relação ao 2º trimestre do ano. O retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio Anualizado (ROE) ficou em 12,9%, com crescimento de 0,1% em doze meses. O lucro obtido no Brasil representou 20% do lucro global que foi de € 4,606 bilhões (com queda de 22,5% em doze meses).

A Carteira de Crédito Ampliada do banco teve queda de 6,3% em doze meses e atingiu R$ 311 bilhões e as operações com pessoas físicas cresceram 6,8% em relação a setembro de 2015 e 1,9% no trimestre, chegando a R$ 88,4 bilhões. Já as operações com pessoas jurídicas alcançaram R$ 125,0 bilhões, com queda de 13,9% em doze meses.

Receita das despesas e tarifas

A receita com prestação de serviços mais a renda das tarifas bancárias cresceu 13,9% em doze meses, totalizando R$ 9,86 bilhões. As despesas de pessoal subiram 8,5%, atingindo R$ 6,38 bilhões. Assim, em setembro de 2016, a cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias do banco foi de 154,56%.

Paraíso dos rentistas

O Santander divulgou que o lucro no Brasil representa 20% do seu lucro global, deixando para trás o Reino Unido e a Espanha. Ou seja, o Brasil é responsável pela maior parte do lucro do banco espanhol.

Cortes de postos de trabalho

Mesmo com lucros nas alturas, a holding encerrou o 3º trimestre de 2016 com 48.024 empregados, com fechamento de 2.495 postos de trabalho em relação ao mesmo período no ano passado. O número de agências se manteve no período.

Pequenas e média empresas

No segmento de pequenas e médias empresas houve queda de 10,0% e no segmento de grandes empresas, a queda foi de 15,1% em relação a setembro de 2015. O Índice de Inadimplência superior a 90 dias apresentou alta de 0,3 p.p. em doze meses, ficando em 3,5%. Apesar dessa alta, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) apresentaram queda de 8,7%, totalizando R$ 9,3 bilhões.

O resultado do banco foi influenciado principalmente pelas contas relacionadas a câmbio (derivativos, câmbio e empréstimos e repasses), que geraram receitas de R$ 18,5 bilhões.

Clique aqui e veja a análise do Dieese do lucro do Santander.

Fonte: Contraf-CUT e Dieese

Representantes do banco espanhol ainda não têm posicionamento sobre reivindicações dos trabalhadores que cobram melhorias

impasse-nas-negociacoes-do-aditivo-com-santander_670e860bde4b23d1269806bad1d0b089Prosseguem sem avanços as negociações entre a Comissão de Organização dos Empregados (COE) com a direção do Santander sobre o acordo aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Na quinta-feira, 20, os negociadores do banco não trouxeram respostas às reivindicações dos trabalhadores, mesmo estando com a pauta desde maio. Afirmaram apenas que voltariam a analisar temas do documento. Não há data para nova rodada.

"O banco continua mostrando a falta de consideração com seus funcionários em não mostrar interesse em atender as reivindicações dos trabalhadores. Continuam colocando empecilhos para não renovar o acordo", disse Eric Nilson, secretário geral da Fetec-SP, diretor do Sindicato e funcionário do Santander.

Os dirigentes sindicais insistiram que os funcionários têm de receber valores maiores que em anos anteriores pelo Programa Próprio de Remuneração Santander (PPRS); que o valor das bolsas de estudos tem de ser reajustado e que as metas sejam factíveis e não sofram alterações de uma hora para outra.

Outro ponto considerado relevante pela COE é que o Santander volte a considerar os filhos com idade de 21 a 24 como dependente do funcionário no plano de saúde. De forma unilateral, o banco os enquadrou como agregados, obrigando muitos bancários a retirá-los do convênio médico devido ao alto custo financeiro.

Aposentados cobram abono – Outro ponto da negociação foi a remuneração de cerca de 6 mil funcionários aposentados pelo Banespa. Esse grupo tem assegurado em acordo que os resultados das campanhas salariais sejam utilizados para corrigir os complementos de seus benefícios.

Para o acordo deste ano, os bancos – entre eles o Santander – propuseram o índice de 8% mais abono de R$ 3.500 para os salários. No entanto, o banco espanhol se nega a pagar o abono aos aposentados.

O movimento sindical está solidário aos aposentados. Caso o Santander não dê o mesmo tratamento aos aposentados, estará configurado desrespeito ao acordo.

Na mesma data haverá negociação do Acordo Aditivo

O banco Santander vai antecipar para o próximo dia 20 o pagamento da PLR, abono e diferenças salariais. A antecipação da PLR corresponde a 54% do salário mais fixo de R$ 1.310,12, limitado a R$ 7.028,15 e ao teto de 12,8% do lucro líquido do banco (o que ocorrer primeiro) apurado no primeiro semestre deste ano.

A antecipação dos pagamentos foi reivindicada pelo movimento sindical após o encerramento da campanha nacional 2016. Também na data de 20 de outubro, a partir das 14h, haverá nova rodada de negociação para renovação do Acordo Aditivo da Convenção Coletiva de Trabalho. O resultado da negociação será divulgado neste site e demais redes sociais do Sindicato.

 

Fato ocorreu na agência Carmo (268), e foi necessária intervenção do Sindicato para que atendimento fosse realizado [caption id="attachment_11601" align="alignright" width="421"]gest Gestão da agência 268 chama a polícia durante protesto contra demissões: falta de solidariedade aos demitidos[/caption]

A paralisação que prossegue nas agências do Santander na região central de Santo André, em protesto às demissões, foi marcada por um lamentável fato na sexta, 26: gestores do banco chamaram a polícia para forçar a abertura da agência.

O caso ocorreu na agência do Carmo (268). O curioso, porém, é que apesar da forma autoritária usada para garantir a abertura, o banco não queria realizar atendimento ao público. Os funcionários entraram, mas não iriam atender aos clientes e usuários se não fosse a intervenção do Sindicato. “Se a polícia foi chamada para a abertura, nada mais justo então que os clientes fossem atendidos”, destaca o diretor sindical Itamar José Batista.

Ele lamenta a decisão dos gestores e lembra que é preciso ser solidário aos demitidos, pois todos os funcionários estão no mesmo barco quando o assunto é demissão. A paralisação completou uma semana na sexta-feira e segue por tempo indeterminado. Ao todo, foram demitidos 27 trabalhadores apenas neste mês, especialmente na área de atendimento.

Banco recorre à Justiça, buscando barrar paralisação legítima contra demissões em Santo André

fotopmA paralisação dos bancários do Santander em Santo André contra as demissões chega hoje (25) ao quinto dia. E o banco, que poderia simplesmente negociar, resolveu apelar para a Justiça, tentando intimidar os trabalhadores e o Sindicato.

O Santander obteve ontem liminar que determina multa de R$ 10 mil/dia por agência parada ao Sindicato caso o protesto tenha continuidade com “a prática de atos que impeçam o livre acesso de quaisquer pessoas - empregados e terceiros - às agências (...)”. A entidade vai recorrer da decisão.

“É inaceitável, pois o protesto é legítimo. São 27 demissões só neste mês. Ao punir o Sindicato, todos os bancários estão sendo penalizados, pois é o dinheiro deles que mantém o Sindicato”, aponta o diretor sindical João Pires. Ele afirma ainda que o banco expôs funcionário de outra cidade para tentar caracterizar impedimento à agência de Santo André. “Não existe impedimento. O fato é que não há ninguém trabalhando, e o Sindicato mantém plantão para esclarecer a população no local sobre o que está ocorrendo”, explica.

A paralisação em Santo André segue por tempo indeterminado, até que o Santander decida abrir negociações para discutir as demissões, que ocorrem principalmente no setor de atendimento.

Protesto contra demissões chega ao terceiro dia Agências do Santander na região central de Santo André continuam fechadas nesta terça, 23, em protesto às demissões que se concentram principalmente na área de atendimento – foram 27 dispensas apenas nesse mês. É o terceiro dia de paralisações e não há data prevista de término. Por conta dessas manifestações, a atividade da campanha salarial em São Bernardo, realizada nesta terça pelo Sindicato dos Bancários do ABC, não atinge as agências do banco naquela cidade. Para mais informações sobre as paralisações no Santander e a campanha 2016 acesse o site do Sindicato: www.bancariosabc.org.br

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