Área restrita

Os 14 mil funcionários da área administrativa que não receberam nada em agosto último, quando foi pago o PPR para a área negocial serão beneficiados com essa conquista

A pressão da greve nacional dos bancários surtiu efeito e as negociações com o HSBC arrancaram uma importante conquista para os funcionários. O banco inglês apresentou no último dia 3 uma proposta de pagamento de R$ 3 mil, sob forma de participação nos resultados (PR) através de uma antecipação de R$ 2 mil em outubro e R$ 1 mil em fevereiro de 2015.

Trata-se de uma conquista para os trabalhadores, uma vez que a instituição exibiu prejuízo no balanço do primeiro semestre de 2014 e, conforme o atual modelo de distribuição de lucros previsto na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), nos casos de prejuízos o banco está desobrigado de qualquer pagamento a título de antecipação de PLR.

A proposta foi feita um dia depois da negociação com a direção do banco, ocorrida no dia 2 com a Contraf-CUT, a Fetec-CUT/PR e os Sindicatos dos Bancários de São Paulo e Curitiba, na capital paulista. As entidades reivindicaram o pagamento da PLR para os funcionários do banco inglês , pois, nesses 17 anos do HSBC no Brasil, é a primeira vez que o banco apresentou prejuízo em seu balanço semestral.

“Mesmo o valor sendo menor caso houvesse o pagamento cheio no caso de apresentação de lucro líquido suficiente para isso, a grande maioria dos funcionários, particularmente os 14 mil funcionários da área administrativa e que não receberam nada em agosto último, quando foi pago o PPR para a área negocial serão contemplados com o pagamento de mais de uma remuneração”, explica Belmiro Moreira, diretor do Sindicato e funcionário do banco.

A proposta é uma conquista, fruto da mobilização dos funcionários do HSBC, que já vinham participando fortemente da greve nacional da categoria. A negociação que o movimento sindical encaminhou, apontando ao banco uma série de indicadores positivos, novamente fruto do trabalho dos bancários, para a construção de uma proposta de PR, assegurou essa conquista.

A regra estabelecida há anos na CCT é clara nesse quesito: em caso de prejuízo, o banco estaria desobrigado do pagamento de qualquer valor a título de antecipação de PLR. Mas, quem trabalha diariamente no banco, precisa ser reconhecido e valorizado.

O movimento sindical teve sempre algum tipo de problema ou discussão na hora dos pagamentos dos programas próprios do banco, mas agora é diferente, porque o HSBC se encontra com prejuízo no Brasil, no momento.

"Os bancários esperam que o banco possa reverter esse resultado negativo do primeiro semestre de 2014 e apresentar lucro no balanço anual, pois com isso os trabalhadores teriam o direito à PLR, nos termos da convenção coletiva", finaliza Belmiro.

Fonte: Contraf-CUT

A Contraf-CUT, a Fetec-CUT/PR e os Sindicatos dos Bancários de São Paulo e Curitiba se reuniram na manhã desta quinta-feira (2) com a direção do HSBC, em São Paulo, e reivindicaram o pagamento da PLR para os funcionários do banco inglês, que registrou prejuízo no primeiro semestre de 2014. 

Nesses 17 anos do HSBC no Brasil, é a primeira vez que o banco apresentou prejuízo em seu balanço semestral. E, conforme o modelo de distribuição de lucros, o pagamento aos trabalhadores ficaria prejudicado.

Na reunião desta quinta, realizada após solicitação da Contraf-CUT, o banco se comprometeu a apresentar uma proposta até o fechamento da Campanha Nacional 2014.

A PLR é muito importante para a convenção coletiva dos bancários e os trabalhadores do HSBC têm uma grande expectativa com relação ao pagamento dessa remuneração, como forma de reconhecimento do seu trabalho. É um instrumento real, concreto e efetivo de valorização dos funcionários.

Fonte: Contraf-CUT [caption id="attachment_6687" align="alignnone" width="300"]hsbc HSBC de Rio Grande da Serra, em greve nesta sexta-feira[/caption]

A Contraf-CUT marcou uma negociação com o HSBC a ser realizada nesta quinta-feira (2), às 11h, em São Paulo, para discutir a PLR dos funcionários do banco inglês, que registrou prejuízo no primeiro semestre de 2014. 

O agendamento ocorreu um dia após o envio de um ofício da Contraf-CUT à direção do HSBC na terça-feira (30), primeiro dia da greve nacional dos bancários, solicitando uma reunião "com a maior brevidade possível". 

"Diante do atual momento das negociações da Campanha Nacional dos Bancários 2014, dos resultados divulgados pelo banco no Brasil referentes ao balanço do primeiro semestre de 2014, e a alta expectativa que esses fatos vêm gerando em todo o corpo funcional, vimos solicitar o agendamento de reunião, com a maior brevidade possível, para que possamos tratar dos efeitos da Convenção Coletiva sobre PLR a ser firmada junto à Fenaban, especificamente no Banco HSBC", diz o ofício da Contraf-CUT, assinado pelo presidente Carlos Cordeiro.

A negociação será importante porque, apesar dos problemas que sempre houve no pagamento dos seus programas próprios (PPR), nesses 17 anos do HSBC no Brasil é a primeira vez que o banco apresentou prejuízo em seu balanço semestral. E, de acordo com as regras da PLR negociada com a Fenaban, o pagamento ficaria comprometido. 

"Neste momento é muito importante todos os bancários do HSBC se manterem mobilizados, pois somente com a pressão dos trabalhadores é que conseguiremos melhores resultados nas negociações com o banco", disse Belmiro Moreira, diretor do Sindicato e funcionário do banco.


Fonte: Contraf-CUT

O acordo para a implantação da Comissão de Conciliação Voluntária (CCV) do Itaú e do HSBC teve aprovação em assembleias realizadas nesta quarta-feira, 24. A CCV é uma maneira que o bancário tem de conseguir reparação sobre alguma pendência trabalhista, antes de recorrer à Justiça.

A CCV reúne bancário, Sindicato e banco na mesa de negociação. O processo anda mais rápido que nos tribunais e está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 625. 

Os bancários que quiserem participar da CCV deve entrar em contato com o departamento Jurídico do Sindicato para mais informações. O acompanhamento do Sindicato é importante para municiar o trabalhador de informações, para que ele possa decidir com tranquilidade, já que ninguém é obrigado a concordar com o que é proposto na CCV.

Na contramão de todos os demais bancos que publicaram balanços com lucros bilionários no primeiro semestre de 2014, o HSBC no Brasil apresentou prejuízo líquido de R$16,3 milhões. No mesmo período do ano passado apresentou lucro líquido de R$ 464,7 milhões, indicando tendência de queda dos resultados, uma vez que esse valor já apresentava forte retração em comparação a 2012. É a primeira vez, desde que o banco chegou ao Brasil em 1997, que o HSBC apresenta resultado negativo em seu balanço.

Clique aqui para ver a análise do Dieese.

Faltam informações

O resultado antes dos impostos e das participações foi de R$ 80,8 milhões, mas, mesmo assim, foram contabilizados R$ 171 milhões a título de participações no lucro. O HSBC não explica como foi distribuído e quem foi contemplado com esse montante. Esse pagamento efetuado contrasta com o resultado negativo apresentado no semestre.

No fim do mês de agosto o banco pagou para aqueles gerentes que atingiram o cumprimento de suas metas valores aleatórios, de acordo com a performance individual. Casos de pagamentos de R$200 a R$10 mil, que obviamente não justificam o montante de R$ 171 milhões contabilizado. 

As Operações de Crédito cresceram 6,7% em doze meses, atingindo um montante de R$ 64,0 bilhões. As operações com pessoas físicas caíram 0,3% em relação a junho de 2013, chegando a R$ 19,5 bilhões. As operações com pessoas jurídicas, por sua vez, alcançaram R$ 44,5 bilhões, com elevação de 10,1% comparado ao mesmo período do ano passado. 

O Índice de Inadimplência superior a 90 dias manteve-se praticamente estável, com redução de 0,1 pontos percentuais, atingindo a marca de 4,2% no semestre. Ainda assim, o banco reduziu suas despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) no primeiro semestre de 2014 em 37,4%, atingindo um total de R$ 1,1 bilhão.

O banco reduziu seu quadro de funcionários em 417 postos de trabalho se comparado a junho de 2013. Assim, o número total de empregados do banco, no país, é de 21.911 trabalhadores. O número de agências bancárias do HSBC no Brasil foi reduzido em 14 unidades entre junho de 2013 e junho de 2014, totalizando hoje 853 agências, sendo que 11 delas foram fechadas nos seis primeiros meses do ano.

'Resultado não espelha esforço dos bancários'

Infelizmente, o resultado apresentado não espelha o esforço do corpo funcional, submetido às péssimas condições de trabalho e ao assédio moral para o cumprimento das metas. Estranhamos ainda mais o resultado apresentado dado o nível de reversão de provisionamento para créditos duvidosos da ordem de R$700 milhões. Outra questão do balanço, não menos preocupante, é que o banco está no seu limite de alavancagem, dadas as regras de Balileia, que dificulta a realização de novos negócios. 

Diante do valor de R$ 171 milhões a título de participação nos lucros, registrados no balanço semestral, os funcionários deverão exigir do banco o cumprimento do que será acordado na Campanha Nacional dos Bancários 2014, com relação à PLR. 

Fonte: Contraf-CUT

Em reunião ocorrida nesta terça-feira ( 26) com a Contraf-CUT, federações e sindicatos, em Curitiba, o HSBC fez uma apresentação detalhada do novo modelo de remuneração variável, chamado de bônus discricionário, que substitui o Programa Semestral Variável (PSV). Segundo o banco inglês, o novo pagamento leva em consideração não apenas a venda de produtos (indicadores financeiros), mas também indicadores não-financeiros e avaliação de comportamento. 

"Teoricamente, a metodologia é adequada ao bom atendimento dos clientes, contudo, na prática, os gestores continuam priorizando as vendas. Além disso, a subjetividade tem sido utilizada para rebaixar as avaliações", critica Cristiane Zacarias, a nova coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do HSBC, que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

Os bancários das áreas de Gerência PF e PJ, Canal de Atendimento e Central de Cobrança recebem nesta quarta (27) o primeiro bônus semestral referente ao desempenho nos primeiros seis meses de 2014.

Para Silvia Higa, do RH Performance do HSBC, que iniciou a apresentação, o novo modelo de remuneração variável está em sintonia com o realinhamento do banco no mercado financeiro, que passa a ter como foco o cliente. A partir deste pressuposto, segundo ela, os resultados deixam de ser fruto exclusivamente das metas e a bonificação passa a ser composta por novas variáveis que não unicamente a venda de produtos, como no PSV. Com isso, os gestores passam a interferir diretamente nas avaliações, com decisões que impactam na remuneração, destacou.

Histórico

Em 2013, o HSBC implantou o bônus discricionário como projeto-piloto para cerca de 300 bancários. Em 2014, todos os demais funcionários, que eram remunerados pelo PSV, começam a receber a bonificação. 
Nos primeiros seis meses do ano, o banco avaliou os indicadores financeiros, não-financeiros e comportamentais de todos os elegíveis. De 1º a 15 de agosto, o resultado foi encaminhado para Comitês de Calibração, que tem por objetivo equacionar possíveis distorções. Por fim, de 15 a 22 de agosto, os gestores deram um feedback das avaliações aos bancários.

O superintendente de Relações Sindicais e Trabalhistas do HSBC, Marino Roberto Rodilha, afirmou que o novo modelo de remuneração variável está em consonância com a política global do HSBC e que o banco está disposto, inclusive, a arcar com perdas financeiras para se realinhar no mercado. 

Segundo ele, diferente do PSV, o bônus terá reflexos no 13º salário, nas férias e no FGTS. Ele apresentou ainda dados comparativos entre o primeiro semestre de 2013 (projeto-piloto) e 2014: no ano passado, de todos os elegíveis, 76% receberam a bonificação; já em 2014, o número caiu para 65%.

Avaliação 

Após a apresentação do HSBC, os dirigentes sindicais expuseram a opinião sobre o bônus discricionário. Os principais questionamentos foram com relação à subjetividade imposta pelo novo modelo e a confiabilidade nos critérios que determinam o pagamento, além da situação de demitidos e afastados durante o processo de avaliação. 

"Levando em consideração o número de bancários que já procuraram os sindicatos, fica claro que o HSBC não conseguiu dar transparência ao processo, pois, em alguns casos, nem mesmo os gestores sabem explicar se foram as vendas ou o comportamento que determinou o resultado", critica Cristiane.

Embora concordem com a desvinculação entre a remuneração variável e as metas abusivas, os representantes dos trabalhadores destacaram que, na prática, isso não tem acontecido. "O que observamos é que esse discurso e essa filosofia não se refletem no dia-a-dia do bancário. Pois, mesmo após seis meses deste novo modelo, as metas continuam imperando e o número de afastamentos por adoecimento do trabalho aumentou", destacou Alan Patrício, secretário de Assuntos Jurídicos da Contraf-CUT. 

Ele reforçou também que o novo modelo de bônus é exclusivo, quando não inclui entre os elegíveis cerca 15 mil bancários do HSBC e, entre os possíveis bonificados, deixa 35% sem pagamento. "Gostaríamos de ver um programa que buscasse satisfazer todos os bancários e não apenas determinado segmento do banco", acrescentou Alan.

Além disso, os dirigentes sindicais manifestaram preocupação com o pagamento do Programa Próprio de Remuneração Administrativo (PPR), que será efetuado em fevereiro, e também com a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). 

"Diante dos resultados do primeiro semestre, nós já conhecemos o discurso que normalmente o HSBC adota para rebaixar a PLR dos bancários. Por isso, reiteramos aqui a nossa preocupação com o seu pagamento. Não podemos aceitar que um banco que se diz global pague uma PLR vergonhosa para seus funcionários", alertou Valdecyr Pereira Rios, diretor da Fetec-CUT Centro-Norte.

Por fim, o HSBC ficou de levantar o custo total com o pagamento do bônus discricionário e o número de bancários que se enquadram neste novo modelo de remuneração variável. 


Fonte: Contraf-CUT

Mais Artigos...