Atividade se concentrou em frente ao Banco Central; aumento da Selic tem repercussão em todos os setores
As principais centrais sindicais do País realizaram na manhã desta terça, 14, ato em frente ao Banco Central na avenida Paulista, em São Paulo. A manifestação protestou contra o aumento da taxa de juros no Brasil, que eleva o preço de itens básicos, como alimentos e transporte. O secretário de comunicação da CUT-SP e do nosso Sindicato, Belmiro Moreira, participou do protesto, assim como diretores da entidade.
“O aumento da taxa de juros acaba por repercutir em todos os setores da economia. A crise já é grande, com aumento de pessoas passando fome, e o governo federal não apresenta alternativas para gerar trabalho e renda”, destaca Belmiro. O protesto desta terça ocorreu após os constantes aumentos da taxa Selic, os juros básicos da economia, feitos pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.
Em maio essa taxa foi 12,75% ao ano, colocando o Brasil no topo da lista de 40 países com a maior taxa de juros. Apesar de a Selic ser uma taxa ligada à tomada de crédito, acaba de fato influenciando e puxando as demais taxas do País, aumentando preços de itens de supermercado, conta de energia e combustíveis, por exemplo.
“Tudo aquilo que o movimento sindical vinha alertando está ocorrendo. A autonomia do Banco Central é mais um dos grandes erros promovidos por Jair Bolsonaro (PL), pois o desvincula da política econômica do governo federal e o deixa subordinado aos interesses dos grandes empresários. É mais uma forma de desmontar o papel do Estado e das empresas públicas”, afirmou a presidenta da CUT-SP, Telma Victor.
A falta do poder de compra da população é tão crítica que muitos têm deixado de se alimentar de forma adequada. Na última quarta, 8, a pesquisa intitulada Inquérito Nacional sobre Segurança Alimentar no contexto da pandemia covid-19 no Brasil apontou que 33,1 milhões de brasileiros estão passando fome, o equivalente a 15,5% da população. O número levou o País retroceder a patamares de três décadas.