Analfabetismo na faixa inicial de aprendizagem cresce no País
O Dia da Educação é celebrado em 28 de abril, e nasceu no Fórum Mundial da Educação organizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no ano 2000. Esse fórum estabeleceu um pacto pelo desenvolvimento pela implementação de medidas para garantir que toda criança e adolescente tivesse acesso à Educação Básica e Secundária. Infelizmente, essa ainda não é a realidade no Brasil.
Em fevereiro passado, uma nota técnica divulgada pela organização Todos Pela Educação revelou que 40,8% das crianças brasileiras entre 6 e 7 anos não sabiam ler e escrever em 2021. Os dados foram levantados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Em 2019, o número de crianças não alfabetizadas nessa faixa etária era de 1,429 milhão (equivalente a 25,1%). Em 2021, eram 2,367 milhões — um aumento de 65,6%. O analfabetismo das crianças entre 6 e 7 anos atingiu seu mais alto patamar nos dez anos da Pnad Contínua, iniciada em 2012 (quando a porcentagem era de 28,2%).
Ainda segundo o estudo, há impacto acentuado sobre a população negra: 47,4% das crianças pretas e 44,5% das pardas não sabiam ler e escrever em 2021, ante 35,1% das brancas. No entanto, o crescimento da taxa de analfabetismo foi maior para a população branca, pois: houve um salto de 88,5% de 2019 a 2021, diante de 69% entre crianças pretas e 52,7% entre pardas.
A pandemia, somada à ausência de políticas públicas e desmonte de outras existentes, verificada no governo Bolsonaro, está entre as causas do aumento do analfabetismo nesta faixa etária, quando se dá início à educação formal. O Sindicato defende a educação para todos, de forma gratuita e com qualidade, o que passa necessariamente por uma política que caminhe nessa direção, valorizando docentes e alunos.