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A fé não pode ser discriminatória

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ONU alerta uso da religião para impedir que meninas e mulheres tenham acesso à educação e saúde sexual no Brasil

mulheres8 de Março foi o Dia Internacional da Mulher, mas no mundo todo as discussões prosseguem com mais ênfase durante esse mês dedicado às questões do universo feminino. O Brasil, inclusive, foi citado em um relatório submetido ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, figurando entre países onde a religião é usada como justificativa para impedir que meninas e mulheres tenham acesso à educação sexual, direitos reprodutivos e saúde sexual.

Segundo a citação, consultas feitas na América Latina em 2019 chegaram à constatação de que programas de educação sexual e saúde reprodutivas foram cortados no Brasil em uma relação direta com a ‘pressão de grupos religiosos’, segundo os relatos dos entrevistados. Paraguai, Equador e Colômbia também estariam registrando tais tendências. As reuniões na América Latina ocorreram em Buenos Aires e contaram com representantes de agências da ONU, vítimas, defensores de direitos humanos, acadêmicos e religiosos.

O texto ainda cita campanhas contra ‘ideologia de gênero’ na região latino-americana e alerta como, em certos casos, a posição pode significar um encorajamento à discriminação contra a população LGBT+. E, de forma geral, alerta para o risco de que crenças e a fé se transformem em políticas discriminatórias. “Todas as religiões merecem respeito, mas o acesso à educação e à saúde sexual não pode ser desprezado por nenhuma delas”, destaca a diretora sindical Inez Galardinovic.

 

Foto: Úrsula Madriaga

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