Conquistas e garantia de direitos são fruto de muita luta
A onda de ataques aos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais dos brasileiros se agigantou nos últimos dois anos. Veio a reforma trabalhista, a flexibilização na terceirização, a recente minirreforma e a reforma da Previdência, agora no Senado. Todas retirando direitos de trabalhadores conquistados ao longo de muitas décadas, o que fará com que a qualidade de vida, trabalho e aposentadoria incluídos, piore drasticamente para a geração atual e muitas outras seguintes.
Tudo isso em nome de um desenvolvimento econômico que não se vislumbra nem no curto nem no médio prazo, porque não há políticas efetivas para geração de emprego. Nesse cenário, nossa convenção coletiva de trabalho firmada por dois anos (válida até 31/08/2020) é um respiro, um alívio para que possamos tomar fôlego em meio ao turbilhão tendo a certeza de que nossos direitos, constantes no documento, estão preservados ao menos até essa data do próximo ano.
Isso não significa, porém, que ficaremos à espera do que virá. Precisamos nos unir e organizar para novos enfrentamentos, como esse recente, que indicava o trabalho aos domingos e/ou sábados. Nossa categoria já tem excesso de doenças de ordem mental relacionadas ao estresse e alto nível de cobranças no trabalho. Como ficaria então sem a pausa do final de semana? Mesmo protegidos pela CCT, devemos ficar atentos e fortalecer nossa união: os tempos são sombrios, e só coletivamente poderemos atravessar esse verdadeiro tsunami do retrocesso.
Belmiro Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários do ABC