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MP 881 é nova ameaça aos direitos dos bancários

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CCT firmada em 2018 é garantia aos trabalhadores, mas validade expira no ano que vem

MP 881Depois da reforma trabalhista aprovada no governo Temer, uma nova ameaça vem mexer com os direitos dos trabalhadores brasileiros. Trata-se da Medida Provisória da ‘liberdade econômica’, a MP 881/19 que, na avaliação de especialistas, viola a Constituição, corta direitos de quem trabalha em dias especiais (como horas-extras e auxílio-alimentação) e ainda coloca em risco segurança e saúde ao flexibilizar a fiscalização.

Os bancários, que têm sua convenção coletiva nacional válida até 2020, estão mais protegidos dessas alterações – mas isso apenas até agosto de 2020, quando o atual acordo for encerrado. “Nossa categoria tem regras específicas que garantem valores para alimentação, horas extras, escalas de folgas, mas a MP pode acabar com tudo isso”, afirma o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira, lembrando as discussões sobre o trabalho nos finais de semana.

Originalmente, a MP não previa alterações que ameaçassem a jornada de trabalho dos bancários, mas o item foi incluído pelo deputado federal Jerônimo Goergen (PP/RS), revogando a lei 4.178/62, que veda a abertura dos estabelecimentos de crédito aos finais de semana. O texto aprovado na semana passada concluiu pela permissão do trabalho de até quatro domingos consecutivos para um de descanso – anteriormente, o texto da Comissão Mista permitia até sete domingos.

Pelo acordo coletivo firmado em 2018 os bancários garantiram reajuste salarial de 5%, aumento real no salário de 1,31% e nas demais verbas e a manutenção das regras da PLR, além de cláusulas fundamentais da CCT. Em 2019, a partir de setembro, haverá o reajuste pela inflação do período mais 1% de ganho real, assim como a manutenção de todos os demais itens. “Nesse cenário nossa convenção coletiva ganha ainda mais importância, pois é o único instrumento que impede que os bancos apliquem essas alterações. Fortalecer o Sindicato desde os locais de trabalho é fundamental para nossa organização e resistência”, acrescenta o presidente.

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