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Bancos lucram como nunca e demitem como sempre

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Nos últimos estamos vendo a divulgação do lucro de vários bancos e, como sempre, com crescimento como, por exemplo, o Itaú que que teve crescimento de mais de 10% comparado com o mesmo período do ano passado e do Santander, que teve crescimento de 21%. No entanto, ao mesmo tempo, entre janeiro e junho de 2019, ocorreram 17.279 desligamentos no segmento bancário, como mostra a última pesquisa do emprego bancário.

Além dessas demissões o que também está ocorrendo é a divulgação de Programas de Desligamento Voluntário (PDVs) em alguns bancos como Caixa, Banco do Brasil e Itaú. “Esses programas só servem para que o desemprego aumente ainda mais, pois em vez dos bancos gerarem mais empregos com tanto lucro, anunciam PDVs e reestruturações”, disse indignado o presidente do Sindicato, Belmiro Moreira.

Muitas dessas demissões são reflexos, também, da Reforma Trabalhista. As demissões sem justa causa representaram 53,9% do total de desligamentos no setor, no 1º semestre de 2019. As saídas a pedido do trabalhador representaram 34,6%. Entre janeiro e junho foram, ainda, registrados 103 casos de demissão por acordo entre empregado e empregador. Essa modalidade de demissão foi criada com a aprovação da Lei 13.467/2017, a Reforma Trabalhista, em vigência desde novembro de 2017. Os empregados que saíram dos bancos por essa modalidade apresentaram remuneração média de R$ 11.175,81. “Os bancos, mesmo com lucros exorbitantes continuam aumentando a sobrecarga de trabalho, demitindo trabalhadores mais velhos, que têm salários mais altos, e recontratam mais jovens, com salários menores”, explica Belmiro.

Itaú

Apesar de o Itaú obter lucro líquido de R$ 7,034 bilhões no segundo trimestre deste ano, número que representa crescimento de 10,2% na comparação com o mesmo período de 2018, o banco anuncia o lançamento do Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para todas as empresas controladas exclusivamente pelo Itaú Unibanco Holding no Brasil.

Os funcionários poderão aderir ao PDV no período de 01 a 31 de agosto e, segundo o banco, poderão optar entre dois pacotes de benefícios. A primeira opção é o pagamento de 0,5 salário por ano trabalhado (limitado a seis salários) e manutenção do plano de saúde por 60 meses; e a segunda, pagamento de 0,5 salário por ano trabalhado (limitado a 10 salários) e manutenção do plano de saúde por 24 meses.

O objetivo do PDV do Itaú é atingir 6900 funcionários e, estão entre os elegíveis estão: que tenham Idade igual ou superior a 55 anos ou completem a idade até 31 de dezembro de 2019,  gozavam de estabilidade provisória de emprego após retorno de período de afastamento por motivo de saúde (acidentário ou não) e com cargos de representação como cipeiros e dirigentes sindicais.

Segundo a instituição, os dois pacotes possuem outros benefícios, tais como participação nos lucros e resultados e pagamento de todas as verbas rescisórias legais.

"No regulamento não há previsão de quitação ao contrato de trabalho ou quaisquer outras verbas, senão aquelas pagas. No entanto o trabalhador deverá estar atento ao conteúdo de todo os documentos que serão assinados junto ao banco. “Outra questão muito importante é que os trabalhadores fiquem atentos, pois a decisão de assinar o PDV é somente do trabalhador, portanto não assine nada sem entender, pois você pode estar abrindo mão de direitos. Procure o Sindicato para tirar sua dúvidas”, explica o presidente do Sindicato."

Banco do Brasil

O Banco do Brasil comunicou no dia 29, que vai realizar um conjunto de ações para a reorganização institucional. Essa reestruturação, que foi aprovada pelo Conselho de Administração, terá como objetivo revisar e redimensionar a estrutura organizacional do BB nos níveis estratégico (direção geral), tático (superintendências), de apoio (órgãos regionais) e de negócios (agências).

Segundo o banco a previsão é de que aproximadamente quatro mil funcionários serão afetados com as medidas que, segundo o banco, apesar do ajuste do quadro, não haverá fechamento de agências. “Vamos acompanhar todo o processo e cobrar o realocamento dos trabalhadores afetados em funções iguais ou equivalentes”, disse Otoni Lima, diretor do Sindicato e funcionário do BB.

Além desta reestruturação o banco anuncia que também vai realizar um PDV – Plano de Demissão Voluntária que só será validado nas agências que tiverem quadro em excesso. 

Os bancários que aderirem terão aquilo que o banco chama de “incentivos”:

– Indenização financeira, calculada com base no salário, com valores de piso e teto estabelecidos conforme a seguir:
– Sete salários para quem trabalhou até 20 anos, com um piso de R$ 20 mil e teto de R$ 200 mil.
– Para quem trabalha há mais de 20 anos, nove salários, também com piso de R$ 20 mil e teto de R$ 200 mil.

“É importante informar que a decisão de aderir ao plano deve ser do funcionário, pois o PDV devia passar por negociação pra ser legítimo e garantir direitos e ninguém deve aderir sob pressão. Vamos acompanhar todo o processo e, qualquer dúvida, o funcionário pode entrar em contato com o Sindicato”, finaliza Otoni.

Bradesco

O Banco Bradesco lucrou R$ 12,7 bilhões no 1º semestre de 2019, um crescimento de 23,7%, em relação ao mesmo período de 2018 e de 3,6% comparado ao trimestre anterior. O retorno sobre o Patrimônio Líquido médio anualizado (ROE) ficou em 20,6%, com aumento de 2,1 p.p. em doze meses. Segundo o Banco, esse aumento deve-se a maior margem financeira com clientes, as maiores receitas de prestação de serviços e ao resultado das operações de seguros, previdência e capitalização”.

De acordo com o Dieese a holding encerrou o 1º semestre de 2019 com 99.198 empregados, com aumento de 1.515 postos de trabalho em doze meses. No período, foram fechadas 119 agências e 13 postos de atendimento (PA).

Santander

O Banco Santander lucrou R$ 7,120 bilhões no 1º semestre de 2019, um crescimento de 21,0% em relação ao mesmo período de 2018, e de 4,3% no trimestre. O lucro obtido no Brasil representou 29% do lucro global que foi de € 3,231 bilhões.

A receita com tarifas bancárias e prestação de serviços alcançaram R$ 9,184 bilhões nos primeiros seis meses do ano, um crescimento de 9,2% em doze meses. Somente com essa receita, o Santander cobre em 198% o total de suas despesas com pessoal.

Esse lucro extraordinário é resultado do esforço, entrega e competência dos bancários brasileiros do Santander, no entanto, o banco continua desrespeitando seus colaboradores, principalmente na insistência em demitir trabalhadores doentes ou próximos da aposentadoria, além de explorar seus clientes, pois cobra dos brasileiros as tarifas mais altas entre todos os bancos. Só com o que cobra de tarifas ele paga quase duas vezes a sua folha salarial.

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