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‘VazaJato’ põe em xeque Justiça e imprensa no País

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Congresso deve receber jornalista Glenn Greenwald para falar sobre reportagens que sugerem conluio entre Sérgio Moro, veículos de comunicação e acusadores de Lula

O Conselho de Comunicação Social (CCS) do Senado Federal aprovou, na última semana, convite para que o jornalista Glenn Greenwald, diretor do site The Intercept Brasil, participe de audiência que deverá ser realizada no próximo 1º de julho. A iniciativa de convidar o jornalista, que com sua equipe vem divulgando conversas mais do que comprometedoras entre o juiz Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, entre outros, partiu do representante da sociedade civil no colegiado, o advogado Miguel Matos.

“Não podemos fechar os olhos para o que vem ocorrendo neste País. É algo de uma gravidade extrema, e intimamente ligado também à nossa atuação neste conselho. O imbróglio em torno do que vem sendo divulgado pelo The Intercept é algo sem precedentes na história brasileira. E Greenwald tem dito que vem sofrendo inúmeros atentados ao livre exercício do jornalismo. É preciso então que ele venha aqui e esclareça o que vem acontecendo. A liberdade de imprensa é a garantidora do Estado democrático de direito, não podemos fechar os olhos para o que está se passando”, afirmou Matos.

Outros jornalistas deverão ser convidados para dar pluralidade à audiência, além do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Brito. O deputado Márcio Jerry (PCdoB-MA) também teve aprovado pedido para que Greenwald compareça à Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, e é autor de dois requerimentos que pedem a convocação do ministro Sérgio Moro, para que se explique também na Câmara – ele já foi ao Senado, no último dia 19.

O Intercept iniciou em 8 de junho passado a veiculação de uma série de reportagens com informações ‘das entranhas’ da Lava Jato, revelando comportamento impróprio do então juiz Moro, que em troca de mensagens orientava, por exemplo, que o MPF atacasse a defesa de Lula usando a imprensa, entre outras coisas. Para representantes renomados do meio jurídico, o comportamento do atual ministro da Justiça indica que ele atuou em conluio com os acusadores, algo incompatível ao papel de juiz que então exercia.

Já segundo Greenwald ainda há muito a ser divulgado sobre o caso. “Essa reportagem vai durar quatro, cinco, seis meses (...) Vamos publicar até o final”, garantiu.

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