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Os "do mercado" no poder

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Novo governo escolhe representantes de bancos privados para comandar instituições públicas, indicando desmonte e privatizações

mercadoO presidente eleito Bolsonaro e sua equipe usam da confusão para desnortear a mídia e a repercussão das notícias, retardando a reação a elas. O ministro anunciado pela manhã deixa de ser à tarde e volta a ser confirmado à noite. É uma estratégia, mas o que já se tem de concreto com as nomeações deixa claro que esse será um governo para atender aos interesses do mercado, e não para a sociedade brasileira.

No Banco Central, por exemplo, o escolhido para a presidência é o diretor do Santander Roberto Campos Neto. Desde 2010, ele é responsável pela área que cuida dos recursos do próprio banco. Já a Caixa será dirigida por um especialista em privatizações: Pedro Guimarães é um dos responsáveis por fazer o levantamento das estatais que podem ser vendidas na gestão Bolsonaro, é sócio do banco de investimento Brasil Plural e atua há mais de 20 anos no mercado financeiro na gestão de ativos e reestruturação de empresas.

O Banco do Brasil, por sua vez, terá no comando o economista Rubens Novaes. Ele, que foi diretor do BNDES e presidente do Sebrae, já afirmou que sua gestão no BB será voltada “à eficiência, ao enxugamento e às privatizações no que for possível”. A estratégia, afirmou, é vender em etapas. “Não necessariamente será uma privatização total logo [de início]. Você pode fazer em etapas, em IPOs e vender partes em uma segunda etapa, e então partir para a privatização”.

“Estamos vendo na prática o que será o governo Bolsonaro em relação aos bancos públicos: desmonte e privatizações comandados por pessoas formadas e voltadas para o mercado financeiro”, destaca o diretor sindical Otoni Lima.

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