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Lula é uma ideia: a de um Brasil melhor e justo

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A diretoria do Sindicato dos Bancários do ABC repudia veementemente a prisão do ex-presidente Lula, por tudo que ele representa para a democracia do Brasil e pela forma como o processo foi conduzido, marcado por manipulações, espetacularização e, principalmente, pela ausência de provas que pudessem justificar a detenção. Lula é um preso político, num País que mais uma vez abre os braços para a impunidade e flerta com o cerceamento das liberdades típico das ditaduras.

Em seu discurso diante de milhares de pessoas presentes ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, no último sábado, horas antes de seguir para Curitiba, Lula definiu com exatidão sua presença na história recente do País. Mais do que uma pessoa, uma ideia. A ideia de um Brasil como Nação livre e soberana, onde a redução das desigualdades seja real (como o foi de fato durante seu governo); onde milhões de excluídos possam ter acesso à educação e ao consumo; onde o pleno emprego seja possível e impulsione a economia.

Lula representa um projeto de Nação que começou a ser desenhado em sua gestão e na de Dilma Rousseff com políticas sociais específicas para os mais desfavorecidos; as mulheres, os negros, os indígenas, os pequenos agricultores; os sem-terra e os sem-teto. Um País, enfim, que passava a respeitar seus trabalhadores, combatia o trabalho infantil e escravo e planejava a distribuição de sua imensa riqueza (como no caso do pré-sal, por exemplo) para sanar as muitas dificuldades enfrentadas por seu povo em todos os setores. Os mais ricos nada perderam com isso. Mesmo assim, não lhes interessa na presidência quem defenda o desenvolvimento do povo em detrimento do “mercado”.

Ao lado de uma mídia escandalosamente golpista, interesses internacionais e a ausência da consciência de classe dos brasileiros, armou-se a prisão de Lula a partir de uma Justiça parcial e alimentada por vaidades pessoais. Há muitos outros políticos contra os quais se enumeram provas de delitos e que permanecem soltos. A rapidez para se prender Lula encontra justificativa numa única palavra: medo. Porque, se concorrer às eleições de outubro, será ele, nos braços e nos votos do povo, o próximo presidente da República – e isso apontam todas as pesquisas de intenção de voto até aqui realizadas.

Lula, antes de ser presidente, foi também a maior e mais expressiva liderança sindical desse País. Ao redor dos metalúrgicos de São Bernardo e Diadema (hoje ABC) uniram-se todas as forças que, à época, no final dos anos 1970, combatiam a ditadura civil-militar instaurada no Brasil. Se retornamos à democracia, se hoje podemos livremente expressar nossas opiniões ou denunciar a corrupção, é porque houve um movimento nacional em que os trabalhadores foram protagonistas, arrancando das mãos dos militares o poder.

O ex-operário na presidência da República também valorizou a negociação, as campanhas salariais e as entidades representativas dos trabalhadores. Sua prisão, nesse momento em que o Brasil está sob domínio dos golpistas, apenas revela que o cenário vai piorar a cada dia para a classe trabalhadora. Reforma trabalhista, terceirização indiscriminada, mudanças futuras na Previdência, privatização de empresas públicas: o pacote de maldades, com consequências negativas diretas na vida dos assalariados, vai se manter e prosperar, ao mesmo tempo em que aumentarão os ataques a sindicatos e entidades organizadas que resistem a isso.

Na próxima semana, em que ocorrem as eleições no Sindicato, cada bancário deve se lembrar que, se pode ir às urnas, isso se deve também ao novo sindicalismo nascido com Lula, já que até então as entidades estavam dominadas por interventores e pelegos indicados pela ditadura, que não admitia eleições democráticas. Deve se lembrar também das muitas conquistas dos anos Lula-Dilma (como por exemplo o aumento real nos salários, PLR e demais verbas, vale-cultura, inclusão de cláusulas sociais, entre outras questões específicas) e, acima de tudo, deve se lembrar de que faz parte de uma classe, a classe trabalhadora brasileira.

Não é uma questão de remuneração ou de estudo, mas de saber que, como assalariados, defendemos nossos direitos e a mesma justiça para todos, e para que possamos conquistar essa condição, precisaremos ser todos Lula daqui para a frente, participando das ações pela liberdade do ex-presidente e da democracia no nosso País.

Diretoria do Sindicato dos Bancários do ABC

9 de abril de 2018

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