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Comando Nacional dos Bancários considera insuficientes as contrapropostas apresentadas pela Fenaban, tanto nas questões econômicas como nas demais. Confira o que foi apresentado e o que os bancos não quiseram discutir:  

Itens econômicos

 
  • Reajuste de 7% (0,61% de aumento real).
  • Piso portaria após 90 dias – 1.235,14 (7,5% ou 1,08% de aumento real).
  • Piso escritório após 90 dias – R$ 1.771,73 (1,08% acima da inflação).
  • Piso caixa/tesouraria após 90 dias – R$ 2.393,33 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,08% de aumento real).
  • PLR regra básica – 90% do salário mais R$ 1.812,58, limitado a R$ 9.723,61. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.391,93.
  • PLR parcela adicional – 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.625,16.
  • Antecipação da PLR Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015. Regra básica – 54% do salário mais fixo de R$ 1.087,55, limitado a R$ 5.834,16 e ao teto de 12,8% do lucro líquido – o que ocorrer primeiro. Parcela adicional – 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.812,58
  • Auxílio-refeição – R$ 24,14.
  • Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta – R$ 425,20.
  • Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) – R$ 353,86.
  • Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) – R$ 302,71.
  • Gratificação de compensador de cheques – R$ 137,52.
  • Requalificação profissional – R$ 1.210,04.
  • Auxílio-funeral – R$ 811,92.
  • Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto – R$ 121.072,92.
  • Ajuda deslocamento noturno – R$ 84,75.
 

Itens não-econômicos

 
  • Certificação CPA 10 e CPA 20 - Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.
  • Adiantamento de 13º salário para os afastados - Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.
  • Reabilitação profissional - Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical.
  • Monitoramento de resultados - Terá redação mais abrangente. Além do SMS, a cobrança de resultados passará a ser proibida também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.
  • Gestantes - As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente.
  • Casais homoafetivos - Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.
  • Novas tecnologias - Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.
  • Segurança bancária - Realização de mais dois projetos-piloto de segurança em cidades diferentes, uma a ser escolhida pelo Comando Nacional e outra pela Fenaban, nos mesmos moldes da experiência desenvolvida em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.
 

Reivindicações ignoradas pelos bancos

 
  • Fim das metas abusivas
  • Emprego - O Comando insistiu na necessidade de mais contratações, na adoção de medidas para preservar o emprego, como a proibição de demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT) e o fim da rotatividade e das terceirizações.
  • Segurança - Os bancários querem estender a todo o País as medidas de segurança testadas e aprovadas no projeto-piloto de Recife, Olinda e Jaboatão. Para o Comando, a proposta de criar novos projetos-pilotos só deve ser implementada com mais medidas de segurança, buscando testar outros equipamentos.
  • Igualdade - O Comando refirmou a necessidade de instituir mecanismos para acabar com a diferença salarial entre homens e mulheres, como demonstrou o II Censo da Diversidade. Uma dessas medidas deve ser a implementação de PCS em todos os bancos. Mas a Fenaban diz que PCS é um problema de cada banco e se recusa a incluir o tema na Convenção Coletiva.
  • PCMSO - Instituir avaliação da qualidade dos exames médicos de retorno, de mudança de função e periódico. Os bancos disseram que o assunto deve ser debatido na mesa temática sobre saúde do trabalhador.
  • Ampliação da cesta-alimentação para afastados
  • Fim da revalidação de atestados médicos. A Fenaban alega que pode ser feito pelos médicos do trabalho de cada banco e que não tem acordo.
  • Pausas e revezamentos no autoatendimento. Após pressão do Comando, os bancos ficaram de rediscutir a concessão de rodízio para quem trabalha no autoatendimento.

Comando aponta greve para dia 30

proposta

A exemplo das propostas de caráter social apresentadas na quarta-feira 27, o Comando Nacional dos Bancários também considera insuficientes as propostas de caráter econômico apresentadas pela Fenaban na sexta-feira 19, na sétima rodada de negociações da Campanha 2014, que incluem reajuste de 7% no salário (0,61% de aumento real), na PLR e nos auxílios refeição, alimentação e creche, além de 7,5% no piso (1,08% acima da inflação).

"Os banqueiros estão tratando os bancários com desprezo e não valorizam os trabalhadores que são responsáveis pelos lucros gigantescos e, por isso, aprovamos um calendário de mobilização para pressionar os bancos a apresentarem novas propostas que atendam as expectativas da categoria, apontando para a deflagração de greve por tempo indeterminado a partir de 30 de setembro, com assembleia deliberativa no dia 25", explica Eric Nilson presidente do Sindicato e membro do Comando Nacional.

CONFIRA A PROPOSTA DOS BANCOS * Reajuste de 7% (0,61% de aumento real). * Piso portaria após 90 dias - 1.235,14 (7,5% ou 1,08% de aumento real). * Piso escritório após 90 dias - R$ 1.771,73 (1,08% acima da inflação). * Piso caixa/tesouraria após 90 dias - R$ 2.393,33 (salário mais gratificação mais outras verbas de caixa), significando 1,08% de aumento real). * PLR regra básica - 90% do salário mais R$ 1.812,58, limitado a R$ 9.723,61. Se o total ficar abaixo de 5% do lucro líquido, salta para 2,2 salários, com teto de R$ 21.391,93. * PLR parcela adicional - 2,2% do lucro líquido dividido linearmente para todos, limitado a R$ 3.625,16. * Antecipação da PLR Primeira parcela depositada até dez dias após assinatura da Convenção Coletiva e a segunda até 2 de março de 2015. * Regra básica - 54% do salário mais fixo de R$ 1.087,55, limitado a R$ 5.834,16 e ao teto de 12,8% do lucro líquido - o que ocorrer primeiro. * Parcela adicional - 2,2% do lucro líquido do primeiro semestre de 2014, limitado a R$ 1.812,58 * Auxílio-refeição - R$ 24,14. * Auxílio-cesta alimentação e 13ª cesta - R$ 425,20. * Auxílio-creche/babá (filhos até 71 meses) - R$ 353,86. * Auxílio-creche/babá (filhos até 83 meses) - R$ 302,71. * Gratificação de compensador de cheques - R$ 137,52. * Requalificação profissional - R$ 1.210,04. * Auxílio-funeral - R$ 811,92. * Indenização por morte ou incapacidade decorrente de assalto - R$ 121.072,92. * Ajuda deslocamento noturno - R$ 84,75.

Dois dias depois de apresentar uma proposta claramente insuficiente para as reivindicações de caráter social da pauta de reivindicações da Campanha 2014, a Fenaban coloca na mesa de negociação com o Comando Nacional dos Bancários nesta sexta-feira 19, às 10h, em São Paulo, sua proposta para as demandas econômicas da categoria, o que inclui reajuste de 12,5%, valorização dos pisos salariais e PLR de três salários mais R$ 6.247,00.

"Os bancos que atuam no Brasil continuam tendo a mais alta rentabilidade de todo o sistema financeiro internacional. Somente os seis maiores bancos tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano, graças em grande parte ao empenho e à produtividade dos bancários, que exigem serem recompensados por seu trabalho com aumento real de salário e da PLR", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

As principais reivindicações econômicas

> Reajuste de 12,5%, o que significa 5,78% de aumento real além da inflação de 6,35% (INPC).

> PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247,00 fixa para todos.

> Valorização dos pisos: R$ 2.979,25 (salário mínimo do Dieese) para caixas e escriturários, R$ 5.064,73 para primeiro comissionado e R$ 6.703,31 para primeiro gerente.

> Vales-alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá de R$ 724, o equivalente ao salário mínimo nacional.

> 14º salário.

> PCS em todos os bancos.

> Vale-cultura de R$ 112,50 para todos.

Calendário

19 - Sétima rodada de negociação com a Fenaban 
24 - Quarta rodada de negociação específica com o Banco da Amazônia
24 e 25 - Terceira rodada de negociação específica com o Banrisul
26 - Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil
1º e 2 - Quarta rodada de negociação específica com o Banrisul


Fonte: Contraf-CUT

O Comando Nacional dos Bancários considera insuficientes as propostas para as reivindicações não econômicas da categoria, apresentadas pela Fenaban nesta quarta-feira 17, em São Paulo, na sexta rodada de negociações da Campanha 2014. Nesta sexta-feira 19, os bancos apresentam propostas para as demandas econômicas da pauta, o que inclui índice de reajuste e PLR.

Embora contenha alguns pontos positivos, as propostas estão muito aquém das expectativas dos bancários, porque desprezam algumas das mais importantes reivindicações, como garantias de preservação do emprego e medidas para melhorar as condições de trabalho, a segurança e a igualdade de oportunidades.

As propostas dos bancos

A redação das propostas será entregue nesta sexta-feira, junto com as cláusulas econômicas. Mas os conteúdos têm o seguinte teor:

Certificação CPA 10 e CPA 20 - Quando exigido pelos bancos, os trabalhadores terão reembolso do custo da prova em caso de aprovação.

Adiantamento de 13º salário para os afastados. Quando o bancário estiver recebendo complementação salarial, terá também direito ao adiantamento do 13º salário, a exemplo dos demais empregados.

Reabilitação profissional - Cada banco fará a discussão sobre o programa de retorno ao trabalho com o movimento sindical. 

Monitoramento de resultados - Terá redação mais abrangente. Além do SMS, a cobrança de resultados passará a ser proibida também por qualquer outro tipo de aparelho ou plataforma digital.

Gestantes - As bancárias demitidas que comprovarem estar grávidas no período do aviso prévio serão readmitidas automaticamente. 

Casais homoafetivos - Os bancos irão divulgar a cláusula de extensão dos direitos aos casais homoafetivos, informando que a opção deve ser feita diretamente com a área de RH de cada banco, e não mais com o gestor imediato, para evitar constrangimentos e discriminações.

Novas tecnologias - Realização de seminários periódicos para discutir sobre tendências de novas tecnologias.

Segurança bancária - Realização de mais dois projetos-piloto de segurança em cidades diferentes, uma a ser escolhida pelo Comando Nacional e outra pela Fenaban, nos mesmos moldes da experiência desenvolvida em Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes.

As reivindicações ignoradas pelos bancos

O Comando Nacional condenou na mesa de negociação a ausência de propostas para várias reivindicações discutidas com os bancos, tais como:

Fim das metas abusivas - "Não há como fechar um acordo sem solução para o problema das metas abusivas", reitera Carlos Cordeiro.

Emprego - O Comando insistiu na necessidade de mais contratações, na adoção de medidas para preservar o emprego, como a proibição de demissões imotivadas (Convenção 158 da OIT),e o fim da rotatividade e das terceirizações.

Segurança - Os bancários querem estender a todo o país as medidas de segurança testadas e aprovadas no projeto-piloto de Recife, Olinda e Jaboatão. Para o Comando, a proposta de criar novos projetos-pilotos só deve ser implementada com mais medidas de segurança, buscando testar outros equipamentos. "Queremos continuar salvando vidas", disse o presidente da Contraf-CUT.

Igualdade - O Comando refirmou a necessidade de instituir mecanismos para acabar com a diferença salarial entre homens e mulheres, como demonstrou o II Censo da Diversidade. Uma dessas medidas deve ser a implementação de PCS em todos os bancos. Mas a Fenaban diz que PCS é um problema de cada banco e se recusa a incluir o tema na Convenção Coletiva.

PCMSO - Instituir avaliação da qualidade dos exames médicos de retorno, de mudança de função e periódico. Os bancos disseram que o assunto deve ser debatido na mesa temática sobre saúde do trabalhador. 

Ampliação da cesta-alimentação para afastados.

Fim da revalidação de atestados médicos. A Fenaban alega que pode ser feito pelos médicos do trabalho de cada banco e que não tem acordo.

Pausas e revezamentos no auto-atendimento. Após pressão do Comando, os bancos ficaram de rediscutir a concessão de rodízio para quem trabalha no auto-atendimento.

Calendário
19 - Sétima rodada de negociação com a Fenaban 
22 - Terceira rodada de negociação específica com Santander (a confirmar)
24 - Quarta rodada de negociação específica com o Banco da Amazônia
24 e 25 - Terceira rodada de negociação específica com o Banrisul
26 - Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil
1º e 2 - Quarta rodada de negociação específica com o Banrisul


Fonte: Contraf-CUT

Pelo pouco apresentado, não houve redução significativa na discriminação contra mulheres e negros; sexta rodada de negociação ocorre nesta quarta, 17

A Fenaban frustrou novamente os bancários ao apresentar, na quinta rodada de negociações da Campanha 2014 (na terça, 16), apenas dados preliminares, parciais e fragmentados do II Censo da Diversidade, realizado entre 17 de março e 9 de maio. Os bancos disseram que vão discutir os dados internamente para incluir mudanças e posteriormente farão nova apresentação do estudo, conquista da Campanha 2012. As negociações prosseguem nesta quarta 17 sobre as pendências que ficaram nas rodadas anteriores, envolvendo remuneração, saúde e condições de trabalho, emprego, segurança bancária e igualdade de oportunidades. E na sexta 19 os bancos apresentarão uma proposta global para as reivindicações da categoria sobre todos esses temas. "Reivindicamos acesso a todas as informações do II Censo, para que venham com os dados os mais pormenorizados possíveis, a fim de que nós mesmos possamos fazer nossos cruzamentos e nossas análises. Deixamos bem claro que queremos avanços nesse tema na convenção coletiva deste ano", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional. Responderam ao questionário do censo 187.411 bancários, o que significa 41% de 458.922 trabalhadores dos 18 bancos que participaram da pesquisa. A categoria está dividida entre 51,7% de homens e 48,3% de mulheres. Discriminação contra as mulheres -  Os bancos não entregaram nenhum documento sobre o II Censo da Diversidade. Mas, pelos fragmentos exibidos, não houve alterações significativas nas discriminações de gênero em relação à remuneração. As mulheres recebem hoje 77,9% do salário médio dos homens, apenas 1,5 ponto percentual a mais em relação ao I Censo, realizado em 2008. Preconceito de raça -  Segundo os dados preliminares da Fenaban, o II Censo revelou que, do total dos bancários que responderam à pesquisa, 74,6% são brancos e 24,9% negros. Isso demonstra que houve aumento de bancários de cor negra nos bancos desde 2008, quando 19% assim se identificavam.  No entanto, a discriminação racial em relação à remuneração persiste no sistema financeiro, embora tenha havido pequena melhora desde o primeiro censo. Em 2008, o salário médio dos negros era 84,1% à dos brancos. Hoje é o equivalente a 87,3%, conforme os números informados. Orientação sexual - Uma das novidades do II Censo foi a inclusão de uma variável de orientação sexual para medir a participação da população LGBT na categoria bancária. Do total dos que responderam ao questionário, 85,0% se declararam heterossexual, 1,9% homossexual e 0,6% bissexual; 12,4% não responderam e 0,1% assinalou outra opção.  Os números parciais da Fenaban indicam ainda que 1,1% dos bancários que responderam à pesquisa disse ter cônjuge do mesmo sexo. Desses, apenas 38% fazem uso dos benefícios conquistados em 2009 com a cláusula de isonomia de tratamento para casais homoafetivos, como por exemplo a adesão ao plano de saúde. Adoecimentos no trabalho - O Comando Nacional também retomou a discussão com a Fenaban sobre os afastamentos do trabalho, a partir dos dados envolvendo 11 municípios do País, que foram inicialmente apresentados no GT sobre Adoecimentos, conquistado na Campanha 2013.  Os negociadores dos bancos esclareceram dúvidas do Dieese sobre os dados informados e se comprometeram a enviar novos números na próxima semana.                                                                                                                                                                                                         Calendário

Setembro 17 - Sexta rodada de negociação com a Fenaban 17 e 18 - Segunda rodada de negociação específica com o Banrisul 18 - Terceira negociação específica com o Banpará 19 - Sétima rodada de negociação com a Fenaban 24 e 25 - Terceira rodada de negociação específica com o Banrisul 26 - Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil

Outubro 1º e 2 - Quarta rodada de negociação específica com o Banrisul

A Fenaban confirmou à Contraf-CUT nesta segunda-feira 15 a realização da rodada de negociação com o Comando Nacional dos Bancários na sexta-feira 19, quando apresentará uma proposta global para as reivindicações da Campanha 2014. Será às 10h, no hotel Maksoud Plaza, em São Paulo. A confirmação da reunião ocorre no Dia Nacional de Luta, com manifestações e protestos dos bancários em todo o país para pressionar os banqueiros a apresentarem uma proposta concreta e decente que atenda as reivindicações da categoria.

A reunião de sexta-feira será precedida de duas novas rodadas de discussões, que já estavam agendadas. Nesta terça-feira 16 os bancos apresentarão o resultado do II Censo da Diversidade e os dados solicitados pela Contraf-CUT sobre os números de afastamentos de bancários no trabalho. E na quarta-feira 17 serão debatidos os temas pendentes das rodadas anteriores. 

Nas quarto rodadas de negociações com a Fenaban, concluídas na quinta-feira 11, foram discutidas todas as demandas referentes aos temas prioritários para a categoria bancária. Os bancos, no entanto, não apresentaram propostas.

Veja como foram os principais debates nas negociações até agora: 

Reajuste de 12,5%

O Comando apresentou levantamento do Dieese mostrando que 93,2% dos acordos salariais assinados pelos trabalhadores no primeiro semestre contemplaram reajustes superiores ao índice de inflação, deixando claro que aumento real é fundamental para a categoria. 

PLR maior e mais justa 

A reivindicação aprovada pela 16ª Conferência Nacional dos Bancários é que seja implementado um novo modelo de PLR (três salários mais valor fixo de R$ 6.247,26) por considerar que a atual fórmula é muito complexa, pouco transparente e não remunera os bancários de forma adequada. A PLR foi uma conquista da campanha de 1995.

O Comando propôs ainda que o pagamento da PLR não deve ser compensado com os programas próprios de remuneração variável dos bancos.

Valorização dos pisos e PCS

O Comando defendeu com ênfase a reivindicação de aumento dos salários de ingresso (R$ 2.979,29 para escriturário e R$ 4.021,99 para caixa e tesouraria) e da implementação de pisos de R$ 5.064,73 para primeiro comissionado e de R$ 6.703,31 para primeiro gerente. Os bancos alegam que se trata de política de cada empresa, não cabendo discussão na mesa da Fenaban. 

Os representantes dos bancários também insistiram na reivindicação histórica de criação de planos de cargos e salários (PCS) em todos os bancos, a exemplo do que já existe nas instituições públicas.

O Comando chamou a atenção para a grande diferença entre a remuneração dos altos executivos e dos funcionários, que chega a 318 vezes, uma das maiores do mundo. 

Os bancos não admitiram em hipótese alguma incluir a obrigatoriedade de um PCS na convenção coletiva e ainda descartam qualquer possibilidade de incorporar ganhos automáticos em decorrência de tempo de serviço.

Isonomia salarial

A reivindicação dos bancários é para que os bancos se comprometam a aplicar a Convenção 100 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o artigo 2º da Declaração de Direitos Humanos, que asseguram a equivalência salarial para trabalho de igual valor. 

Os negociadores da Fenaban negam que haja diferença tanto entre funções como entre homens e mulheres. O Comando insistiu que as diferenças existem, como mostram os dados do Caged, por causa da má gestão dos bancos, que não garantem igualdade de oportunidades para as mulheres. 

Outras reivindicações econômicas

A 16ª Conferência aprovou a reivindicação de R$ 724, o equivalente ao salário mínimo nacional, para os vales-alimentação, refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta-alimentação e auxílio-creche/babá. Os bancários também reivindicam a criação de um 13º vale-refeição. Os representantes da Fenaban disseram que vão levar a reivindicação aos bancos.

Em relação ao auxílio-educacional, os bancos argumentaram que cada banco tem a sua política e não querem incluir uma cláusula na Convenção Coletiva. 

O Comando também reivindicou o reajuste do vale-cultura para R$ 112,50 e para todos os funcionários. 

Fim das metas abusivas e do assédio moral

O Comando apresentou aos representantes dos bancos os números do INSS, mostrando que 18.671 bancários doentes foram afastados do trabalho em 2013, o que representa um crescimento de 41% em relação aos últimos cinco anos. E as doenças mentais já superam os casos de LER/Dort. Do total de auxílios-doença acidentários registrados pelo INSS no ano passado, 52,7% tiveram como causas principais os transtornos mentais e do sistema nervoso. 

Esse tema será retomado nas rodadas de negociação desta semana, depois que a Fenaban apresentar os dados solicitados pela Contraf-CUT sobre os afastamentos de bancários no trabalho.

Em relação a saúde e condições de trabalho também estão pendentes questões como isonomia de direitos para afastados, programa de reabilitação, intervalos para atividades repetitivas, avaliação do PCMSO, assistência médica, hospitalar e medicamentosa, garantia de salário ao empregado afastado, revisão ilegal de atestados médicos e Cipa e Sipat.

Garantia de emprego e fim da rotatividade

Estudo do Dieese com base no Caged do Ministério do Trabalho e Emprego mostra que os bancos múltiplos fecharam mais de 5 mil postos de trabalho entre janeiro e julho de 2014, além de 23 mil desligamentos, dos quais 63% foram demissões sem justa causa.

O Comando defendeu a pauta de reivindicações dos bancários, aprovada na 16ª Conferência Nacional, destacando sobre esse tema a garantia de emprego e o fim das demissões imotivadas, de acordo com os termos da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Os bancos alegaram que a Convenção Coletiva não é o instrumento adequado para impor tais restrições aos bancos, uma vez que se trata de políticas de cada instituição. Eles disseram que as demissões na categoria são "irrisórias" e que há "ajustes pontuais", realizadas "com muita responsabilidade". 

Fim da terceirização/correspondentes bancários

O Comando também apresentou dados comparativos da Pesquisa Nacional de Amostragem Domiciliar (Pnad/IBGE) de 2011, mostrando que havia 1,004 milhão de trabalhadores no ramo financeiro. E ao se analisar as principais Cnaes (Classificação Nacional das Atividades Econômicas do Setor Financeiro) de 2012, constata-se que 839 mil trabalhadores são contratados por empresas financeiras. Desse total, 512 mil eram bancários. Somente aí estão identificados 165 mil trabalhadores do sistema financeiro não enquadrados na categoria e, portanto, sem a proteção da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT). 

Somando-se a isso os aproximadamente 400 mil estabelecimentos de correspondentes bancários e o fato de os bancos terceirizarem atividades em que Cnaes não pertencentes ao sistema financeiro, o número verdadeiro de bancários informais é infinitamente maior. Ou seja, enquanto o nível de emprego na categoria vem caindo, inversamente aumenta o processo de terceirização das atividades bancárias.

Por isso, os bancários reivindicaram o fim das terceirizações e da utilização dos correspondentes bancários em substituição às agências bancárias.

Os negociadores da Fenaban argumentaram, no entanto, que a terceirização é parte estratégica da organização do negócio e defenderam a sua regulamentação de forma ampla e irrestrita.

Segurança bancária

Apesar da sensação de insegurança, dos sequestros e do aumento das mortes em assaltos envolvendo bancos, a Fenaban tratou com profundo descaso as reivindicações de segurança bancária defendidas pelo Comando.

O Comando e a Fenaban fizeram um balanço positivo do projeto-piloto de segurança bancária conquistado na Campanha 2012 e implantado em agosto do ano passado em Recife, Olinda e Jaboatão de Guararapes. 

Em razão dos avanços, os bancários agora querem incluir na CCT as medidas testadas e aprovadas no projeto-piloto, tais como porta giratória com detector de metais, câmeras internas e externas, biombos em frente aos caixas, guarda-volumes e vigilantes armados e com coletes balísticos, de forma que sejam estendidos para agências e postos de atendimento em todo o país.

O Comando também enfatizou a necessidade de prevenção contra sequestros diante do alto número de casos em todo o país, cujas principais vítimas são gerentes e tesoureiros, e cobrou o fim das demissões e a concessão de estabilidade no emprego para as vítimas de assaltos e sequestros por 36 meses

Os negociadores da Fenaban disseram que levarão a reivindicação para apreciação dos bancos.

Igualdade de oportunidades

Na terça, os bancos apresentarão o resultado do II Censo da Diversidade, realizado entre 17 de março e 9 de maio deste ano, que foi uma conquista dos bancários na Campanha Nacional 2012. 

O II Censo permitirá verificar o que mudou e o que não avançou em termos de igualdade de oportunidades para os bancários e as bancárias desde 2008, quando foi realizado o I Censo.

Em 2008, as mulheres ganhavam 78% dos salários dos homens e encontravam mais obstáculos para a ascensão profissional. Além disso, apenas 19,5% dos bancários eram negros ou pardos, com ganho médio de 84,1% do salário dos brancos. E a categoria tinha somente 8% de mulheres negras.

Dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2012 revelam que a presença de pretos e pardos na categoria bancária era de 17,1%, o que demonstra que houve uma redução da população negra trabalhando nos bancos.

Calendário

16 - Quinta rodada de negociação com a Fenaban
16 - Terceira rodada de negociação específica com o Banco da Amazônia
17 - Sexta rodada de negociação com a Fenaban
17 e 18 - Segunda rodada de negociação específica com o Banrisul
18 - Terceira negociação específica com o Banpará
19 - Sétima rodada de negociação com a Fenaban 
24 e 25 - Terceira rodada de negociação específica com o Banrisul
26 - Quinta rodada de negociação com o Banco do Brasil
1º e 2 - Quarta rodada de negociação específica com o Banrisul


Fonte: Contraf-CUT