Leia nota sobre as reivindicações apresentadas aos bancos e as medidas já adotadas
O aumento dos casos de coronavírus no Brasil vem fazendo com que muitos bancários questionem o Sindicato sobre as ações de prevenção e cuidados a serem reivindicadas dos bancos nesse momento. Ontem (16), uma reunião realizada entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) formalizou a criação de um comitê de crise para acompanhar as orientações das autoridades de saúde e tratar dessas medidas, de acordo com a evolução da epidemia.
O Comando já havia enviado na última quinta (12) ofício sugerindo medidas e cobrando negociações. Entre elas estão a comunicação preventiva sobre os cuidados a serem tomados por todos, a adoção do teletrabalho e, nos casos em que isso não for possível, a antecipação das férias; suspensão das demissões e cobrança de metas; controle de acesso às agências, para evitar aglomerações; suspensão temporária das atividades de agências em áreas de risco, como aeroportos e hospitais; reforço nos procedimentos de limpeza dos locais de trabalho; transparência das informações com trabalhadores e sindicatos; quarentena aos que voltarem de viagem ao Exterior; retirada dos bancários do serviço no autotendimento e antecipação da campanha de vacinação da gripe, como forma de facilitar a identificação dos casos.
Alguns desses procedimentos os bancos passaram a adotar, como a comunicação preventiva, o reforço na limpeza e a adoção da quarentena aos que retornam de viagens ao Exterior. Já sobre a antecipação da vacinação a informação é que dependem de trâmites com a Receita Federal e a Anvisa, mas que conseguiram antecipar o início para 15 de abril e vão tentar retroceder ainda mais.
Outras reivindicações apresentadas pelo Comando e que ainda dependem da decisão dos bancos são a liberação para o teletrabalho em todos os setores em que for possível, principalmente para bancários do grupo de risco e gestantes e nos casos em que os pais não tiverem com quem deixar os filhos, vez que as escolas devem fechar – se o teletrabalho não for possível, em último caso reivindica-se a antecipação das férias para que se possa cuidar das crianças. O Comando também reforçou a reivindicação de atenção especial com a área de autoatendimento.
Nosso objetivo é garantir a saúde e a segurança dos bancários de forma efetiva, e para que isso ocorra a adoção dessas medidas tem que ser urgente. Por isso é importante que que os trabalhadores mantenham contato frequente com o Sindicato, relatando eventuais problemas surgidos. Os sindicatos vão comunicar ao Comando todos os casos concretos que possam ser tratados pelo comitê de crise, como por exemplo bancários suspeitos de infecção que não tenham sido afastados do trabalho.
Como a precaução aponta para a necessidade de suspensão das conferências regionais, estaduais e nacional, além dos congressos e encontros específicos dos trabalhadores de cada banco (para evitar aglomerações e a propagação da doença) o Comando também solicitou a ultratividade dos direitos garantidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) da categoria, que vence em 31 de agosto de 2020.
Ao final da reunião de ontem também se destacou a importância da defesa do SUS e a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que limita os investimentos públicos nas áreas da saúde, educação e diversas outras políticas sociais, já que há hospitais particulares estão se recusando a atender e realizar testes em pacientes com suspeita de coronavírus. O movimento sindical bancário destaca que a situação no País só não está pior porque existe o SUS, e é fundamental lutar por mais verbas para a Saúde e para a pesquisa científica.
O Sindicato, como sempre, está aberto a questionamentos e sugestões de todos os bancários da região. Nesse momento a solidariedade deve ser soberana, porque cada um é também responsável pela saúde de todos.
Belmiro Moreira, presidente do Sindicato
Foto: Contraf/CUT - Presidente Belmiro Moreira participa de reunião do Comando Nacional dos Bancários com a Fenaban